Urgencia obstetrica

 PARTO E ABORTAMENTO


I.INTRODUÇÃO

 

O Parto de emergência na grande maioria dos partos se resolve espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo médico ou obstetra. Haverá situações em que o parto acontecerá antes de a parturiente chegar ao hospital, ou mesmo a caminho dele. Nestes casos, deve-se estar treinado para assistir (acompanhar) ao parto.

No final da gestação, a parturiente começa a apresentar sinais e sintomas que são indicativos do início do trabalho de parto.

  Parto é à saída do feto do ùtero materno, que é o início da vida de um indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas.

Hoje em dia é natural a existência de dois partos chamados de emergência que é o parto normal feito de maneira inesperada e a cesariana que acontece quando há risco tanto para a mãe como para o bebê.

Abordo ou interrupção da gravidez é a expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, causando assim a sua morte ou sendo por esta causada. Existem duas formas de aborto: aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso parto". Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo que 3/4 ocorrem nos três primeiros meses de gravidez. A causa do aborto espontâneo no primeiro trimestre, são distúrbios de origem genética. Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; pela extração do feto da cavidade uterina. Em função do período gestacional em que é realizado, emprega-se uma das quatro intervenções cirúrgicas seguintes:

o      A sucção ou aspiração;

o      A dilatação e curetagem;

o      A dilatação e expulsão;

o      Injeção de soluções salinas.


            

II.PATOLOGIAS

 

Quando a equipe que está pronta para a realização do parto normal verificar que existe algum risco para a mãe ou para o bebê, a cesárea de emergência é indicada para que ambos tenham um parto mais seguro. Os principais perigos são eclampsias, sofrimento fetal ou outras ocorrências obstétricas.

  A pré-eclampsia e a eclampsia podem ocorrer nos últimos meses da gravidez. Também conhecida como toxemia gravídica, a pré-eclampsia se trata de um problema que ocorre em algumas mulheres durante a gravidez. Pode acontecer a partir do quinto mês, e com mais freqüência durante a primeira gravidez de uma mulher, naquelas mulheres cujas mães ou irmãs tiveram pré-eclampsia.

Mas a causa precisa da pré-eclampsia ainda é desconhecida. Existem muitas teorias que se baseiam em que as causas podem estar relacionadas a fatores genéticos, alimentares, vasculares, neurológicos, etc., mas nenhuma delas chegou a confirmar-se. Normalmente a pré-eclampsia se reconhece pela hipertensão arterial, aumento de peso e proteínas na urina. A eclampsia vai mais além. Trata-se de uma toxemia gravídica com convulsões. Um quadro mais agravado da pré-eclampsia. Ou seja, é quando a mulher grávida apresenta os sintomas da pré-eclampsia e chega a ter convulsões e outras reações mais preocupantes para ela e para o bebê que espera.

Sofrimento fetal ou hipóxia neonatal ocorre quando o feto é submetido a períodos de hipóxia (privação de oxigênio). Pode ser agudo ou crônico. Sofrimento fetal agudo é quadro de asfixia grave que ocorre, geralmente, durante o trabalho de parto e que se caracteriza por redução brusca e intensa das trocas materno-fetais. O processo inicia-se com a diminuição na oferta de oxigênio ao concepto que, esgotadas suas reservas fisiologicamante potencializadas pela poliglobulia e pelo grande poder da hemoglobina fetal em fixar o oxigênio, lança mão de mecanismos defensivos, metabólicos e cardiovasculares, para se adaptar à carência de oxigênio que lhe é imposta. Essa seqüência de eventos pode culminar com a acidemia e com o óbito fetal.

III.SINTOMAS.

● Pulso rápido (taquiesfigmia)

● Transpiração (sudorese)

  Palidez

  Fraqueza

  Cólicas abdominais

  Sangramento vaginal moderado ou abundante

  Saída de partículas de pequeno ou grande tamanho pelo canal vaginal.

Em outras palavras, poderão estar presentes todos os sintomas de choque somados ao sangramento vaginal ou, o que é mais comum, somados a cólicas abdominais com sangramento vaginal.

 

 

IV.TRATAMENTOS

 

Sempre oferecer oxigênio suplementar com máscara a 12 litros/min. Cuidado com choque fetal, elevando os membros inferiores maternos, se necessário. A reposição de volume (soro e sangue) deve ser precoce.

         Situação de Útero e Feto

Avaliar sempre a sensibilidade uterina (dor), a altura e o tônus (se está contraído ou não).

OBS: Normalmente o útero não dói à palpação e está sem contração (relaxado).

Verificar a presença de movimentos fetais, que indicam feto vivo. A ausência pode significar comprometimento da saúde do feto.

Identificar sangramento ou perda de líquido vaginal, que indicam descolamento da placenta (sangue vivo) ou rotura de bolsa amniótica (líquido claro). Nas roturas uterinas, temos verificado útero com deformidade ou até palpação de silhueta fetal (feto solto na cavidade abdominal).  Hemorragia e choque são freqüentes nesses casos, sempre indicando grande trauma à gestante. Descolamento prematuro de placenta - hemorragia via vaginal, com dor e contração uterina, pode ser desencadeada pelo trauma.

OBS: Em função da dilatação dos vasos pélvicos há maior chance de sangramento e hemorragia retroperitonial.

ABCD é o tratamento indicado

V.Procedimentos gerais:

Sem expor a parturiente, ela deverá estar livre de todas as vestimentas que possam obstruir o canal de nascimento;

Em hipótese alguma o processo de nascimento do bebê poderá ser impedido, retardado ou acelerado;

Sempre o marido, os pais ou outro parente próximo deverá acompanhar, o tempo todo, a parturiente;

Não permitir a presença de curiosos. Procurar ser o mais discreto possível e manter ao máximo a privacidade da gestante;

Não permitir que a gestante vá ao banheiro se são constatados os sinais do parto iminente.

 

VI.Procedimentos específicos: 

Colocar a parturiente deitada de costas, com os joelhos elevados e as pernas afastadas uma da outra e pedir-lhe para conter a respiração, fazendo força de expulsão cada vez que sentir uma contração uterina;

Quem vai assistir ao parto deverá lavar bem as mãos;

À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez mais a cabeça do feto em cada contração. Deve-se ter paciência e esperar que a natureza prossiga o parto; nunca se deve tentar puxar a cabeça da criança para apressar o parto;

À medida que a cabeça for saindo, deve-se apenas ampará-la com as mãos, sem imprimir nenhum movimento, que não o de sustentação;

Depois de sair totalmente, a cabeça da criança fará um pequeno movimento de giro e, então, sairão rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com cuidado. Nunca puxar a criança, nem o cordão umbilical; deixar que a mãe expulse naturalmente o bebê;

Após o nascimento da criança, limpar apenas o muco do nariz e a boca com gaze ou pano limpo e assegurar-se de que começou a respirar. Se a criança não chorar ou respirar, segurá-la de cabeça para baixo, pelas pernas, com cuidado para que não escorregue, e dar alguns tapinhas nas costas para estimular a respiração. Desta forma, todo o líquido que estiver impedindo a respiração sairá;

Se o bebê ainda assim não respirar, fazer respiração artificial delicadamente, insuflando apenas o volume suficiente para elevar o tórax da criança, como ocorre em um movimento respiratório normal;

Não há necessidade de cortar o cordão umbilical, se o transporte para o hospital demorar menos de 30 minutos. Porém, se o tempo de transporte for superior a 30 minutos, deitar a criança de costas e, com um fio previamente fervido, fazer nós no cordão umbilical: o primeiro a aproximadamente quatro dedos da criança (10 cm) e o segundo nó distante a 5 cm do primeiro. Cortar entre os dois nós com uma tesoura, lâmina ou outro objeto esterilizado;

O cordão umbilical sairá junto com a placenta, cerca de 20 minutos após o nascimento;

Após a saída da placenta, deve-se fazer massagem suave sobre o abdome da parturiente para provocar a contração do útero e diminuir a hemorragia que é normal após o parto;

Transportar a mãe e a criança ao hospital para complementação assistencial médica. Deve-se também transportar a placenta para o médico avaliar se ela saiu completamente.

 

 

VII.ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM

 

Tranqüilize a gestante.  Demonstre uma atitude alegre, simpática e encorajamento para com ela.

Observe e anote as características das contrações: freqüência, duração e intensidade.  A presença do "sinal" (tampão mucos sanguinolento, sem sangramento vivo em quantidade substancial) sugere estar havendo rápido desenvolvimento para o parto, particularmente se associado a freqüentes e fortes contrações.

Insista para que a paciente não faça força e, em vez disso, encoraje-a para que respire ofegantemente durante as contrações (respiração de "cachorrinho cansado"). Durante o primeiro período do trabalho, as contrações uterinas são involuntárias e destinam-se a dilatar o colo uterino e não a expulsar o feto. Fazer força, além de ser inútil, leva à exaustão e pode rasgar (dilacerar) partes do canal do parto. Se você reconhecer que a mãe está no primeiro período do trabalho de parto, prepare-a para transporte ao hospital.

 

Cuidados de emergência para criança investida/sentada

 

Imediatamente após perceber que se trata de parto em posição "invertida", prepare-se para segurar a criança, deixando-a descansar sobre sua mão e antebraço, de barriga para baixo. Em determinado momento, pernas, quadril, abdômen e tórax estarão fora da vagina, faltando apenas a exteriorização da cabeça, o que pode ser, às vezes, demorado. Se isso acontecer, não puxe a cabeça da criança. Para evitar que ela seja asfixiada no canal do parto, crie passagem de ar segurando o corpo do RN com uma das mãos e inserindo os dedos indicador e médio da outra mão no canal vaginal da mãe, de tal maneira que a palma da mão fique virada para a criança. Corra o dedo indicador e médio ao redor do pescoço da criança até encontrar o queixo. Introduza os dois dedos abrindo espaço entre o queixo e a parede do canal vaginal. Quando encontrar o nariz, separe os dedos suficientemente para colocá-los um a cada lado do nariz e empurre a face, criando espaço pelo qual o ar possa penetrar. Mantenha os dedos nessa posição até a saída total da cabeça. Essa é a única ocasião em que o socorrista deverá tocar a área vaginal, naturalmente calçando luvas estéreis.

 

Cuidados de Emergência para prematuro

 

Necessitam de cuidados especiais; mesmo pesando próximo de um quilo têm maior chance de sobrevida se receber cuidados apropriados. O parto normal prematuro é conduzido como outro qualquer, mas os seguintes pontos são importantes nos cuidados com o bebê.

Temperatura Corporal:

Agasalhar em cobertor e mantê-la em ambiente à temperatura de 37 graus centígrados. Uma incubadora pode ser improvisada, enrolando a criança em cobertor ou manta envolto (a) em uma folha de papel alumínio. Mantenha a face da criança descoberta até chegar ao hospital. Se o tempo estiver frio, ligue o aquecimento antes de introduzir o nenê na ambulância.

Vias Aéreas Livres

Mantenha suas vias aéreas sem muco ou líquidas. Use gaze esterilizada para limpar nariz e boca. Se usar seringa ou bulbo, certifique-se de esvaziar todo o ar antes de introduzi-los na boca ou nariz e aspire vagarosamente.

Hemorragias

Examine cuidadosamente o final do cordão umbilical, certificando-se de que não há sangramento (mesmo discreto).

Oxigenação

Administre oxigênio, cuidadosamente. Uma ''tenda'' pode ser improvisada sobre a cabeça da criança com o fluxo de oxigênio dirigido para o topo da tenda e não diretamente para sua face. Oxigênio pode ser perigoso para prematuros. Usado dosada mente (15 a 20 minutos) trará mais benefícios que prejuízos.

Contaminação

A criança prematura é muito suscetível a infecções. Não tussa, espirre, fale ou respire diretamente sobre sua face e mantenha afastadas as demais pessoas. Incubadoras especiais para transporte de crianças prematuras estão disponíveis em algumas áreas. O serviço de emergência médica deve saber se esse equipamento está disponível, onde obtê-lo e como usá-lo.

Cuidados de Emergência para o abortamento

 

●Coloque a paciente em posição de choque;

 ●Conserve o corpo aquecido;

●Molhe seus lábios se ela tiver sede, não permitindo que tome água, pois poderá necessitar de anestesia no hospital;

●Não toque no conduto vaginal da paciente, para não propiciar infecção;

●Coloque compressas ou toalhas esterilizadas na   abertura vaginal;

●Remova a parturiente para um hospital.

 

VIII.CONCLUSÃO

 

Conclui-se que parto é um ato natural, por isso a parturiente deve ser conscientizada do fato e deve-se procurar acalmá-la. Providenciando imediatamente transporte para o hospital mais próximo.

           Abordo ou interrupção da gravidez é a expulsão prematura de um embrião ou feto do útero. Existem duas formas de aborto: aborto espontâneo também pode ser chamado de aborto involuntário ou "falso parto". Calcula-se que 25% das gestações terminam em aborto espontâneo, sendo que 3/4 ocorrem nos três primeiros meses de gravidez. A causa do aborto espontâneo no primeiro trimestre são distúrbios de origem genética. Aborto provocado é a interrupção deliberada da gravidez; pela extração do feto da cavidade uterina.

  Pode constatar–se que a pré-eclampsia e a eclampsia podem ocorrer nos últimos meses da gravidez, é conhecida por toxemia gravídica, a pré-eclampsia  trata de um problema que ocorre em algumas mulheres durante a gravidez. Podendo acontecer a partir do quinto mês, e com mais freqüência durante a primeira gravidez de uma mulher, principalmente nas mulheres cujas mães ou irmãs tiveram pré-eclampsia.